Houve tempos em que as conversas de outros passageiros nos invadiam os ouvidos de forma abusiva, de certa forma seriamos obrigados, a ouvir conversas sem absoluto interesse, desde conversas de estudantes a conversas de emigrantes, sejam esses Africanos, Ucranianos, Russos, Moldavos...enfim...se alguém um dia quiser mudar o nome de Portugal, se não tiverem ideias, experimentem Miscêlanea ou pelo andar das coisas, caso essa mudança de nome aconteça daqui a 100 anos, talvez "смешивание" (Miscelânea em Russo) seja um bom nome, embora eu acredite que a raça Africana predomine no nosso país daqui a 100 anos, pela forma como se reproduzem e pela forma como reivindicam (pensam eles) o nosso território. - Lamentavelmente, (ou não) não vou colocar a palavra Miscelânea em Crioulo, primeiro, não é uma língua, segundo, os Africanos não conhecem a palavra, terceiro...adiante, estou a fugir ao tema, Jornais amigo, Jornais... - Continuando com as conversas forçadas nos transportes públicos, houve outrora, essa obrigação em ouvir as conversas, mas isso era antes, porque agora, só não lê quem não quer, hoje em dia existe uma panóplia de Jornais, O Metro, o Destak, o Global, Jornais de Comunas, - Quero eu dizer, o Sol - o Sábado, todos querem singrar nesse novo negócio, que é, a oferta de Jornais nos locais com maior afluência de pessoas, no Metropolitano de Lisboa, na Linha de Cascais, na Rua, etc...
A chegada desses louvados jornais, veio trazer cultura, informação, lazer, mais arrumadores de carros, novos empregos, a redução das conversas da treta nos transportes públicos, agora finalmente (para os que sabem ler) reina um determinado (ainda que insuficente) silêncio nos transportes públicos, porque há quem se cultive, os Portugueses, nunca antes foram vistos a ler desta forma. Provavelmente ficaram a pensar "Arrumadores de carros?!", sim Arrumadores de Carros ou pensam que antes dos Jornais Gratuitos andavam todos a juntar dinheiro, para comprar o Correio da Manhã ou o Jornal de Notícias? Como tudo, é preciso ter dinheiro para investir, agora, só não lê quem não quer e só não trabalha quem não quer ou só quem não arruma carros quem não quer, agora o bom do arrumador de carros, - às vezes pergunto-me "Será que os arrumadores de carros se lembram do seu primeiro dia de trabalho?" "Foi na manhã de Setembro que arrumei o meu primeiro carro no Jumbo de Alfragide, era branco, um Opel Corsa Branco, mas não recebi gorjeta, por inexperiência não risquei o carro, mas isso eram outros tempos..." enfim, divagando e retomando... - não precisa de investir num jornal, para arrumar o seu primeiro carro, há agora, jornais grátis, centenas de Jornais que podem tomar como seus sem qualquer tipo de investimento inicial (ou sem que ninguém lhes aponte o dedo como se tivessem cometido um crime) e começar o seu próprio negócio, pelo que tenho ouvido é um negócio rentável, não dedutível nos impostos, dinheiro limpo, sem ter que dar satisfações, parece-me bem...mas, caros senhores arrumadores de carros, tendo todas essas qualidades e não sendo excepção, não há qualidade sem defeito, são inúteis se quiserem deixar de viver na rua, é um negócio instável, por assim dizer, com a ausência de contrato, alugar uma casa para saír das ruas é impossível, nem que tenham um rendimento semanal de trezentos euros, de qualquer forma, estão demasiado bêbados ou drogados e acustumados a viver na rua, para pensar em saír da rua ou alugar casa, por isso, saír da rua, não é opção, curiosamente esses individuos que vivem na rua, são revoltados com a vida, dizem que a vida lhes virou as costas, quando não reparam que são eles que viram as costas a eles próprios, derrotando-se com uma fraca auto-estima. - ...mas isso são outras loiças, voltando aos jornais grátis - Pois é, tenho dito que este País a que eu chamo de Portugal e que outros poderão vir a chamar Miscelânea, está cada vez pior, até o pobre arrumador de carros, deve sentir a "carteira" (percebam as aspas na carteira, por favor) a ficar vazia, porque nem dinheiro para esmolas há...enfim - Outras loiças novamente... - histórias das nossas vidas....
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