sábado, setembro 17, 2011

Pobreza Afectiva...


Costumo pensar que estamos perante um novo tipo de pobreza. Pobreza afectiva, estamos rodeados por uma crise financeira, mas acho que a pior crise que atravessamos é a crise emocional. Muitos sofrem com a falta de dinheiro, outros não pensam direito com o excesso dele. No entanto a pobreza emocional afecta o rico mais rico de todos ao pobre mais pobre. Uma crise afectiva que não parece ter controlo ou vias de abrandar. Está em estado crescente e com grande força. Valoriza-se o que já tivemos e que em tempos desvalorizamos e desvalorizamos o que deveria ser uma obrigação de valorizar.
Perdemos tempo e talento com pessoas que nem um nome deviam ter, um estereotipo ficaria melhor que Manuel ou Maria. Desperdiçamos tempo com pessoas que não nos trazem tempo ou que tenham a capacidade de nos devolver o que nelas apostamos. Relações perdidas no meio de choro e desilusão. Há quem morra por não ter que comer e há quem morra por não ter quem amar.
É tão fácil fazer bem, mas ainda mais fácil fazer mal. Somos demasiado orgulhosos e evitamos com a maior eficácia um pedido de desculpa que soaria tão bem, no entanto é mais fácil atirar uma pedra que magoe ainda mais. Existem mil razões para sermos felizes, mas escolhemos as mil que nos arrastam para a depressão e a solidão. Por mais que pensemos que estamos bem, não estamos. Será que ainda enganamos alguém? Porquê chorar por alguém que partiu se menosprezamos aqueles que cá ficam? Melhor ainda, que estão à nossa frente, ao nosso lado...não adianta chorar de amor, porque já não existe amor. Longe vai o tempo do romantismo. Longe vão as provas de amor.
Mais importante ainda? Amem-se a vocês próprios...jamais amarão alguém, sem primeiro aprenderem a amar-se a vocês próprios.